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Sobre

Atualmente, o grupo Teatro Popular de Ilhéus (TPI) se divide entre as atividades de manutenção e dinamização de sua sede, a Tenda Teatro Popular de Ilhéus, e seus projetos artisticos, que estão diretamente ligados à pesquisa estética desenvolvida desde 1995.

O grupo mantém a Tenda através do Fundo de Cultura da Bahia com programação mensal que inclui espetáculos, exibição de filmes, cursos e oficinas, debates, encontros e intercâmbios com outros grupos e artistas.

O Teatro Popular de Ilhéus é editora, já publicou mais de 30 livros de novos autores e de alguns de grande notoriedade nacional, a exemplo de Sosígenes Costa e Jorge de Souza Araújo. O projeto visa assessorar autores na publicação de seus livros, fornecendo equipe para edição, diagramação e impresão. O TPI é Ponto de Cultura da Bahia - a Mondrongo Filmes desenvolve projetos na área de formação, criação e produção audiovisual.

 

Para além das atividades de pesquisa, criação e difusão, desenvolvidas pemanentemente, o TPI tem se dedicado à implantação de um sistema de diálogo com o público que frequenta sua sede. Assim, foi criado o projeto de formação de público que permite ao grupo um acompanhamento constante e contato direto, através de cadastro, pesquisa de satisfação e cartão fidelidade.

Com ações direcionadas para adultos e crianças, o Teatro Popular de Ilhéus tem se configurado um exemplo de empreendedorismo criativo, e segue em novos projetos, novas pesquisas, dialogando com a sociedade, entendendo-a e propondo novas formas de ver o mundo e sua história.

Arte insular sem fronteiras

 

 

Por Valmir Santos

 

Prestes a completar 30 anos de empenho em práticas, ações e pensamentos artísticos e culturais, o Teatro Popular de Ilhéus não abdica da capacidade de indignar-se a partir dos lugares da cena e da cidadania. A imbricação estético-política vem desde a gênese, em 1995, quando o Brasil contava uma década do fim da ditadura civil-militar. País em que a maioria da população segue excluída das condições de manutenção da vida minimamente civilizatórias. 

A luta manifesta por direitos sociais, reparações e representatividades teve na criação de Teodorico Majestade – as últimas horas de um prefeito (2006) umadas interações mais significativas do grupo junto à comunidade. O espetáculo vocalizava, dava corporeidade e emanava o espírito do tempo na recriação do episódio real de impeachment de um prefeito selado pela mobilização popular insurgente na cidade do sul baiano. Um documento vivo e portador de olhares livres e universalizantes, por isso mantido até hoje em repertório. Uma obracuja sensibilidade e sustentabilidade poética guarda aproximações ao universo crítico e cômico de O bem-amado, do soteropolitano Dias Gomes (1922-1999), peça – e depois novela e seriado televisivos – às voltas com os malefício da candidatura, eleição e gestão de Odorico Paraguaçu na igualmente litorânea Sucupira.

Meu encontro com Teodorico Majestade aconteceu na temporada de São Paulo, em 2011, e marca a relação de testemunho das singularidades do coletivo em sua caminhada. Experienciei apresentações de outras montagens sob a tenda armada ao ar livre, em Ilhéus, à maneira de circo. Bem como criações mediadas por telas no contexto da pandemia de Covid-19. 

O caráter processual e a margem de invenção e risco sempre estão presentes, conjugados a atuações e encenações que ambicionam uma comunicação direta com o público. Seja na adaptação de uma comédia russa do século XIX, seja na construção de dramaturgia própria que costura narrativas acerca deacontecimentos e imaginações entre 1789 e 2089, ou vice-versa.

A disposição fabular por vezes é dialética e ancestral, a exemplo da participação de Mãe Hilsa Mukalê em trabalhos recentes do TPI, fundindo saberes e ritos milenares do candomblé e da arte do teatro.

Para manter os atos de pesquisar, criar e produzir, muitos foram e continuam sendo os contratempos enfrentados. O Teatro Popular de Ilhéus é fruto também do esforço incondicional de seus integrantes em perseverar desde o interior da Bahia, equilibrando-se com as rarefeitas ou avaras políticas públicas. 

Sua história configura, portanto, um retrato bem-acabado do esforço permanente de grupos e companhias de pesquisa em solo e sob céus brasileiros. Graças a essa maioria de trabalhadores da cultura com vocação para o ofício coletivo o teatro brasileiro alça voos formais, temáticos e filosóficos de fazer par às produções internacionais mais inspiradas. Na jornada do TPI, nota-se, a arte insular ignora fronteiras.

 

20 jul. 2024

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O Teatro Popular de Ilhéus

é mantido com apoio do Fundo

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